domingo, 31 de outubro de 2010

Eleições 2010

Estou me sentindo muito burra. Será que, depois desse tempo todo de debates, e por que não confrontos, eu não consegui formar uma opinião? Nunca tinha me sentido com um Dilema tão grande. Eu fiz questão de conversar com muita gente, ouvir a opinião de todos os tipos de amigos (que impressionantemente tinham todos opiniões formadas), um milhão de argumentos para cada lado: a causa do PT é muito mais digna, tem que ter a alternância de poder, o governo Lula foi muito melhor do que o do PSDB, o Serra é muito melhor administrador, a Dilma tá junto com o Garotinho (não sei pra que lado esse argumento está), o Serra só vai repassar verbas pra São Paulo etc etc etc. E nesse olho do furacão, parecia que só eu não tinha uma opinião formada! Que incrível, eu devo ter uma incapacidade de raciocínio que me assustou, ou será que as nossas duas possibilidades de futuro são tão equivocadas quanto às milhares de pessoas com opiniões super formadas? Eu rezo muito por essa segunda opção. Mas bem, confesso aqui que acabei dando meu voto ao Serra (por favor, não conta pra ninguém) na velha máxima de que mudar é bom. Acho que experimentar o diferente é sempre válido, e fiz ele (ou a foto dele na urna) olhar nos mesmo olhos e prometer fazer alguma coisa por um Brasil melhor. Pelo que dizem, a Dilma já ganhou, mas pelo menos contribuí pra ela entrar com um saltinho um pouco menor.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A primeira noite a gente nunca esquece!

Saí de casa. Meu deus, que mudança absurda em todos os conceitos que eu tinha até então! Totalmente clichê, eu sei, mas agora eu finalmente entendo o “eu finalmente tenho o meu espaço”! Dá uma vontade louca de cuidar, arrumar, re-arrumar e namorar cada cantinho da casa, tudo foi pensado pra ser exatamente daquele jeito. Parece que todo o estresse que eu passei nos meus meses de mestre de obra desapareceram, só de olhar praquela sala linda eu sinto uma felicidade imensurável. Tá certo, é estranho sair da casa dos pais, ainda mais como eu fui, simplesmente dando tchau e saindo pela porta da frente. Acho que foi tanto tempo de burocracias e obra propriamente dita que ninguém acreditou (eu confesso que eu mesma cheguei a duvidar) que esse dia da mudança enfim chegaria, e quando ele chegou, demorou pra cair a ficha. Meu pai, coitado, só entendeu que eu estava saindo pra não voltar quando me viu chamando o elevador carregada de tralhas, foi aí que ele correu atrás de mim com um olhar quase desesperado me abraçando e quase me sufocando de beijos. Tá certo que, na hora de dormir, eu senti falta de dar boa noite pros meus pais, coisa que eu faço (ou fazia) diariamente. Ao longo da primeira noite na casa nova, rodeada de amigos, foi caindo a ficha de que aquele lugar era meu, que aquela sensação deliciosa se repetirá ainda muitas e muitas vezes, que tudo que eu idealizei estava ali acontecendo, e eu não cabia em mim de alegria. Claro, ainda falta arrumar muita coisa, só levei pra lá todas as coisas novas que comprei ou ganhei, o quarto multi-funções ganhou mais uma: o quarto da bagunça. E vou levar ainda muita coisa pra lá, e vou passar muito tempo arrumando cada detalhe, e talvez um dia eu termine tudo. Mas acho difícil....

terça-feira, 12 de outubro de 2010

HORÁRIO DE VERÃO - 2010
Mão, filho e filha na praia. O sol já havia se posto, mas era daqueles dias de continuar na praia até ……… E aconteceu do papo focar em mãe filha, e o cara, único homem da roda mesmo em família, não conseguia voltar à conversa, e olha que o assunto mudou diversas vezes, mas parecia aquela onda impossível de pegar. Foi quando o papo chegou em depilação, e a mãe comentou que tinha feito virilha naquele dia. A filha, que tinha pago um fortuna pelo serviço num salão de ipanema, perguntou pelo preço que a mãe havia pagado. Numa tentativa desesperada, quase suicida do filho de pegar a onda, juntou toda a sua energia que lhe restava para soltar o seguinte comentário “é, 10 reais é mesmo um bom preço para a virilha”. Moral da história: se não tem nada a dizer, diga mesmo assim para que os outros possam se divertir às suas custas.
RAPIDINHA II
Esse mesmo companheiro peludo, numa noite anterior ao episódio do hotel, estava num bar com seu melhor amigo. Como cidadão responsáveis que são, foram de taxi para a anunciada bebedeira. Chop vai, chop vem, decidiram entrar no whisky. Foi cowboy daqui e dalí, muitas histórias, muitas risadas… e black. Próxima cena: os dois acordam na casa do sujeito peludo, contorcidos no sofé, cada um vestindo…. um capacete. Freud explica?
RAPIDINHA
Estavam três amigos de trabalho viajando a São Paulo pelo serviço. Nessas viagens, a carência cisma em bater, e lá foram eles pra putaria, quer dizer, para o bar. Sempre um clima de machão no ar, aquele bom (ou não) papo de metido a garanhão, enfim, lá estavam os três desenrolando um papinho sem vergonha com três damas. Conversa vai e vem, lá estavam os seis no quarto de hotel de um deles, afinal, ninguém controla porra nenhuma de quem entra ou sai, muito menos de quem dorme nos quartos de hotéis. Muitos vai e vens depois, sempre deixando claro a masculinidade de cada indivíduo machista do sexo masculino, os seis se encontravam deitados, em silêncio, apenas o estalar dos dedos que faziam carinhos podiam ser ouvidos. Um deles se deliciava com uma cafuné constante em seu mamilo, pensando estar finalmente no paraíso. Foi quando teve a brilhante idéia de tocar a mão da bela moça que o acariciava para devolver tamanho carinho. Para sua surpresa, a mão era um pouco mais peluda do que o esperado, e esticando de leve o pescoço, ele se deparou com seu querido colega de olhinhos virados ao se deleitar com seu mamilo. O companheir peludo logo percebeu a confusão, e numa gargalhada sem tamanho, exclamou: “ih, me enganei!” Será?
abril 2002
A HISTÓRIA MAIS ESPETACULAR DE TODOS OS TEMPOS
Estava eu com a minha amiga Elisa e também com o Leo e o Tiago, meus mais recentes amigos que, pra não dizer que conheci na viagem, tomamos um chopp e uma partida de sinuca antes de embarcar (o que renderia muitos desafios ainda por vir) . Mas bem, estávamos nós no último dia de viagem pela Chapada Diamantina. Já havíamos passado por muita coisa juntos: um guia doidão que roubava nossa comida, um tênis queimado na fogueira, descobrir que acabou a comida depois de 3 dias andando mata a dentro, dormir sozinhos no meio do mato no meio de um temporal, carona na caçamba do caminhão etc, mas também as paisagens mais deslumbrantes que o homem pode ver, com direito a cachoeiras ao mesmo tempo gigantescas e escondidas , uma sequencia de pores-do–sol que foto nenhuma consegue traduzir e claro, muitas risadas. Mas quando achávamos que não tinha mais nada que pudesse nos acontecer, estávamos nós no início do último dia da viagem. Deixamos o passeio que nos disseram ser o mais bonito pra encerrar com chave de ouro: o Poço Encantado e o Poço Azul. E lá fomos nós, numa van cheia de turistas, quase todos brasieliros, apenas um israelense. O Caminho era de uns 100 km pela rodovia, mas lá pelo Km 40, o carro começou a esquentar. E esquentou tanto que o motorista parou pra tentar resolver. Com sua genialidade e experiência de motorista, o sujeito abriu o radiador com a cara a poucos centímetros do bicho fervente. Não deu outra: lá estava o motorista com a cara toda em carne viva, ainda preocupado em nos levar para o passeio e claro, salvar seu emprego. Nós paramos o primeiro caminhão que passou e mandamos o nosso paciente para o pronto-socorro. E lá estávamos nós, 13 turistas sozinhos numa estrada desconhecida e com um carro quebrado. Desistir? Jamais! Fomos todos para o riozinho mais próximo trazer água na mão para encher o já não tão quente radiador. Feito isso, entramos na van, um dos viajantes, o paulista, assumiu o volante. Vimos então uma placa “O melhor hotel de Xique-Xique do Igatú, entrada à direita”. Se essa tal cidade teria um ‘melhor hotel’, ele deveria ter um telefone (claro que nesse fim de mundo não pegava celular). E alí entramos, e seguimos, seguimos e seguimos até a bendita cidade. O Melhor Hotel estava fechado fazia anos, mas demos a sorte de nos deparar com o único orelhão da cidade, bem no meio da praça, como se fosse (ou era) a grande e única atração. Ligamos para a agência que nos vendeu o passeio, que nos orientou a seguir para o posto de gasolina tal que eles nos buscariam às 15:00, ou seja, 4 horas depois. Como havia tempo, os 13 concordaram em ir pelo menos a um dos poços, e então partimos. De tempos em tempos, parávamos para colocar água no radiador, e tudo seguia bem assim. Até que uma das 13, uma louca, diga-se de passagem, abriu o berreiro, querendo convencer a todos que nós iríamos fundir o motor e ainda teríamos que rachar uma van nova pra agência. O primeiro a ser convencido foi seu marido, um troglodita bombado e sem vontade própria. Em seguida, foram mais algumas figuras, incluindo o israelense, que não estava entendendo nada da discussão e, seguindo seus instintos, resolveu ir com a maioria desvairada. Sobramos eu, Elisa, Tiago, Leo, o paulista do volante e seu amigo, também da terra da garoa. Ao contrário dos nossos amigos desesperados, nós estávamos determinados a fazer o passeio mais bonito de Lençóis no nosso último dia de viagem. Ainda oferecemos mais uma carona para o poço, mas foram todos irredutiveis quanto a entrar naquele carro. Seguimos viagem e…surpresa: lá estava a nossa turma estressada no meio da estrada, só que agora em outro ponto mais à frente: eles pegaram carona num caminhão que também quebrou, olha a gente aqui descobrindo quem são os pé-frio! Tentamos ainda alguma aproximação, como sempre, negada. Chegamos finalmente no poço, perdemos o tal horario do tal raio que bate na fenda e dá um reflexo incrível, mas independente de qualquer fenômeno natural, o poço é exuberante! Não dá pra chegar na beiradinha da água, e por ser tão parada, ela reflete perfeitamente o vão entre o poço e o teto da gruta, o que faz aparecer um abismo infinito, muito, mas muito doido! Subindo para almoçar no único barzinho de toda a região, e quem nós encontramos? O resto da nossa antiga e estressada galera. Eles tinham alugado um carro para fazer esse primeiro passeio e depois iriam direto para o posto combinado esperar o pessoal da agência. O israelense, coitado, não queria mais ver poço nenhum, ele estava era de olho na nossa comida que havíamos pedido antes de conhecer o tal abismo, mas eu o convenci de dar uma espiada porque valia à pena. Saindo de lá, uma nova discussão: o resto do grupo insistia que levássemos o carro para o posto e nós, sem estar abertos à discussão, estávamos seguindo rumo ao Poço Azul. Como já estava mais tarde do que o previsto, aceitamos a sugestão de alguns locais que nos ensinaram a cortar caminho: “é só pegar a balsa alí no meio do rio, atravessar e pronto, tá lá”. Simples, não? Só que, como eu disse, já era mais tarde que o previsto. E o que nós cariocas (os paulistas então..) não nos ligamos jamais nesse papinho de maré que sobe e desce, e eis que estamos nós, e quando eu digo nós somos os 4 cariocas, 2 paulistas e a van quebrada, todos em cima da balsa, no meio do rio. Quando de repente… claro, a balsa entalou. Quando só conseguíamos rir de tanta desgraça acumulada, descemos todos para o rio, de roupa e tudo, pra empurrar a maldita balsa. Maldita mesmo, pois ela não se mexia. Gritamos tanto de esforço e raiva que o vilarejo do outro lado do rio ouviu nossas preces, e a cena seguinte eram 11 homens, todos vestindo somente cuecas – detalhe importante, chegando correndo para nos ajudar. A força fez a diferença, e nós chegamos do outro lado do rio. O poço, dominado pelo homem, tinha horário pra fechar, e fechou. Mas o porteiro do poço acompanhou a nossa tragédia grega e abriu uma excessão, até com snorkel grátis. Acabamos tendo o poço só pra gente, no escuro, mas só pra gente. Satisfeitos com a nossa epopéia, partimos de volta à cidade, sempre parando para botar água no carro, mas tudo certo. Há poucos kilômetros da cidade e já muito atrasados para o ônibus que nos levaria embora daquela cidade, a van já não merecia o status de veículo, e fomos com ela desligada, apenas manuseando o volante. Chegamos de volta em Lençóis por volta das 20:00, quando, chegando na agência, vimos de longe o dono com cara de quem queria matar um (ou seis). Quando eu já ia sair correndo para desarmar a barraca e arrumar a mochila em tempo recorde para não perder o ônibus, só escutei o dono da agência esbravejando que estava esperando nós voltarmos para pegar a van – a mesma que eles jamais entrariam de novo - e buscar o pessoal que estava desde às 15:00 no posto esperando por ele. Foi o suficiente para a gargalhada mais longa do dia, e talvez da vida.
VELHO CHICO
Como é possível que eu, carioca da gema, moradora e frequentadora da zona sul (ok, confesso que não sou muito habitué do Leblon) nunca encontrei o bom velinho, ou Chico Buarque? Desculpa a piadinha, mas depois da Déborah Secco, perdi o respeito por ele. Mas bem, como eu ia dizendo,parece que todas as pessoas do mundo já ao menos cruzaram com ele por aí, porque eu não posso também?! Que injustiça! Ahhhhhh!